segunda-feira, 20 de junho de 2011

Esquizofrenia




   Parabéns ao grupo pelo relato do trabalho, pois o mesmo fora bem elaborado deixando bem claro os sintomas desta patologia.
   Doença de altos e baixos, momentos de sanidade são alternados com crises que envolvem síndrome de perseguição, aluninações, histeria e delírios. Em geral nos momentos que entremeiam essas crises, surgem problemas secundários, o principal deles, a depressão, quase onipresente entre os pacientes.
   Detalhes sobre a esquisofrenia: questões hereditárias, migrações, traumas e problemas no parto.
   Sintomas - alucinações, apatia, percepção alterada, crises de depressão. Este mal atinge cerca de 1% da população mundial. Em geral, o problema se apresenta entre 18 e 20 anos.
   Especialistas estimam que 50% todas as pessoas esquizofrênicas tentam suicídio e cerca de 10% conseguem dar fim a própria vida. Meu objetivo não é transcrever o trabalho dos colegas mas apenas fazer o comentário ressaltando que o trabalho foi muito bem elaborado, com ótima iniciativa por terem mostrado para o grande grupo este assunto que é tão interessante.

domingo, 19 de junho de 2011

Estágio do Espelho segundo Lacan:


   O grupo apresentou sobre a visão do espelho segundo Lacan, fase que é vista como um investimento libidinal, fase esta que será a matriz das futuras identificações da subjetividade.
   A ideia é que o bebê conseguirá encontrar uma solução para um estado de desamparo por intermédio de uma “precipitação” pela qual ele terá como amadurecimento de seu próprio corpo, graças ao fato de que ele se projeta na imagem do outro (figura materna) e que se encontra como que por milagre diante dele. Essa precipitação na imagem do outro, é que leva o bebê a sair da sua prematuração neonatal, sendo que este movimento de precipitação, neste outro, leva o bebê a uma alienação. Esta alienação será necessária para a formação de um “novo” sujeito.

   O “falo” (falus, falta) da mãe é completado com o nascimento do filho. A mãe passa a lhe dar o “Objeto seio” para a satisfação do bebê no prazer da oralidade passando o bebê da natureza (instinto-animal) para a cultura (pulsão-homem). Estabelece uma “linguagem” com o “simbólico” de mãe. Este passa por um processo de “alienação” para se constituir como sujeito. Com o fim da fase oral (canibalesca 0 a 1,5 anos).

   O bebê antes do “Estágio do Espelho” (6 meses a 18 meses) não se vê como um corpo unificado, se sente como um corpo fragmentado. Sua mãe/seio faz parte dele e ela sente como se ele (filho/falo) fosse parte dela, passo anterior ao estágio do espelho, quando o corpo já está totalmente fragmentado.

  
Disso Lacan faz a bandeira de sua teoria do imaginário para o narcisismo, como momento primordial da constituição do “eu” por imagens, que se volta a teorização construída a propósito do estágio do espelho.

Coaching

   Para quem não conhece..
   Coaching é um processo definido entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) de acordo com a meta desejada pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na busca de realizar metas de curto, médio e longo prazo, através da identificação e uso dos seus próprios pontos fortes e desenvolvimento de seus pontos mais “delicados”.

   O coach atua encorajando e/ou motivando o seu cliente, procurando transmitir-lhe capacidades ou técnicas que melhorem as suas capacidades profissionais ou pessoais, visando sempre a melhoria de capacidades e atitudes. Segundo a convidada Anuska o trabalho inicia-se normalmente pela definição dos objetivos visados pelo cliente, que podem abranger áreas tão diversas como a gestão do tempo, o relacionamento interpessoal/intrapessoal, o trabalho em equipe, a motivação de equipes e outras. O foco principal da palestranda é a gestão empresarial, dando suporte para grandes equipes de grandes empresas.

   Primeiramente deve se determinar uma meta antes do Plano de Ações e feita uma análise do que contribui ou impede o alcance da meta, seja por parte do cliente e/ou do cenário em que está inserido. Nesta fase valores e crenças são confrontados com a meta e se há congruência entre eles. O "coach" avalia as forças e fraquezas do cliente frente aos objetivos visados e ao meio em que a pessoa atua e define um plano que permita alcançar os resultados. Após esta etapa é criado uma planilha(tabela) com focos a serem melhorados, ao longo prazo o próprio cliente vai revendo atitudes e revertendo-as para metas alcançadas.


  
  
   O coaching é aconselhável para pessoas ou empresas para todos tipo de desenvolvimentos e melhorias.

A Psicologia Newtoniana


   O texto A Psicologia Newtoniana, explica o que todos os pensadores que auxiliaram o que é e como é, o entendimento corpo e mente o seu funcionamento e estrutura de pensamento mecanicista da física e da biologia. Os estudos atuais obtiveram importantes influências dos estudiosos do passado nas áreas da matemática, física, filosofia e ciência médica. Para todas as justificativas psicológicas na época fizeram o entendimento crescente e evolutivo até os tempos atuais.
   A dúvida de um estudioso era aprimorada em outro para que o compromisso da ciência fosse comprovada e experimentada. Assim Descartes, justifica-se no seu estabelecimento na distinção nítida entre corpo perecível e a alma indestrutível, com o entendimento de q a mente o e corpo deve ser estudada pelos métodos da ciência natural.
   Os estruturalistas estudaram a mente através da introspecção sob análise da consciência em seus elementos básicos. Os behavioristas com o estudo do corpo negando a existência da mente. Sigmund Freud, com seu método da livre associação sob a mente humana e seus conceitos básicos também advinham da teoria newtoniana.
   Dessa forma as principais correntes behavioristas e estruturalistas afirmavam-se no mundo acadêmico e Freud e seus seguidores no mundo clinico, serviram-se baseados no paradigma cartesiano e em conceitos newtonianos. Outras filosofias foram se agregando ao mundo cartesiano e newtoniano para conquistarem seus espaços para justificar as suas teorias e vértices de origem. O resultado é expressivo e benéfico para os tempos atuais onde desfrutamos de aparelhos de última geração obtendo resultados para leituras da psique humana, que de certa forma auxilia o entendimento dinâmico do funcionamento do humano e suas dificuldades relacionais e outras demandas fisiológicas.

sábado, 18 de junho de 2011

Você sabe o que é Psicologia Transpessoal?



Explorando os Vários Estados de Consciência

         A Psicologia Transpessoal é uma ciência que estuda o ser humano em sua totalidade. Aqui o homem e a mulher não são vistos simplesmente como um indivíduo na sociedade, mas as suas relações ecológicas e cósmicas são de grande importância. Desta maneira a psicologia transpessoal abrange outros enfoques científicos, tais como, medicina, antropologia, sociologia, física, química, matemática, astronomia e metafísica. Esta “nova” ciência é basicamente intercultural e dessa maneira outras culturas de todos os tempos, com seus vários enfoques para a vida (psicológico, religioso, médico, etc.), são estudadas.
         A psicologia transpessoal usa elementos de outras escolas de psicologia, tais como behaviorismo, psicanálise, psicologia analítica (Junguiana), psicologia humanista, e, especificamente  estuda estados de consciência que transcendem a pessoa e o conceito do ego. Por isso a psicologia transpessoal pode ser definida como o estudo científico de estados de consciência.
         O modelo de psicologia transpessoal é muito semelhante ao modelo quanta-relativístico da física moderna sub-atômica (veja Matos, 1978), i.e., modelos que procuram apresentar um ponto de vista integrado da teoria de quantum e relatividade. Aqui o universo todo (matéria/energia) é uma entidade dinâmica em constante mudança num todo indivisível.

O que é bullying?



   Bullying é uma situação caracterizada por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas.

   O termo inglês refere-se ao verbo “ameaçar, intimidar”.

   Grande parte das pessoas confunde ou tende a interpretar o bullying simplesmente como a prática de atribuir apelidos pejorativos às pessoas, associando a prática exclusivamente com o contexto escolar. No entanto, tal conceito é mais amplo. O bullying é algo agressivo e negativo, executado repetidamente e ocorre quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Desta forma, este comportamento pode ocorrer em vários ambientes, além da escola: em universidades, no trabalho ou até mesmo entre vizinhos.

    Basicamente, a prática do bullying se concentra na combinação entre a intimidação e a humilhação das pessoas, geralmente mais acomodadas, passivas ou que não possuem condições de exercer o poder sobre alguém ou sobre um grupo. Em outras palavras, é uma forma de abuso psicológico, físico e social.

    No ambiente de trabalho, a intimidação regular e persistente que atinge a integridade e a confiança da vítima é caracterizada como bullying. Entre vizinhos, tal prática é identificada quando alguns moradores possuem atitudes propositais e sistemáticas com o fim de atrapalhar e incomodar os outros.

    Falando especificamente do ambiente escolar, grande parte das agressões é psicológica, ocasionada principalmente pelo uso negativo de apelidos e expressões pejorativas criados para humilhar os colegas. O papel da escola é informar aos professores e alunos o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática – “prevenir é o melhor remédio”. A atuação dos professores também é fundamental. Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto.

    Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. Em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais. Bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola - direção, docentes e aluno - e a família.

Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe)



   Caracterizado por transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregulares.
  As outras pessoas costumam perceber um quê de anormal no comportamento dos indivíduos que compõem este grupo, frequentemente sendo apelidados como "problemáticos". Nele, estão presentes os indivíduos que são vistos como "doidos", manipuladores, rebeldes, com tendência a quebrar regras e rotinas, estressados, "maus", inconstantes, impulsivos, dramáticos, sedutores, imprevisíveis, egoístas e muito imaturos emocionalmente.
   Neste grupo, os sintomas inflexíveis dos distúrbios afetam muito mais as pessoas em sua volta, do que o próprio indivíduo. Este grupo está mais propenso à depressão.
  Transtorno de personalidade limítrofe - Indivíduos muito impulsivos, inconstantes, com pensamento extremo "preto ou branco", apaixonam-se por uma pessoa, para logo em seguida odiá-la, por temerem o abandono; com notável tendência a terminar relacionamentos, de forma raivosa. Suas relações são frequentemente intensas, mas sempre confusas e instáveis. Essas pessoas têm profundos sentimentos de raiva e vazio crônico, são emocionalmente instáveis com surtos de carência afetiva. Além disso, elas têm tendência suicida e, a fim de se libertarem do sentimento de vazio, podem engajar-se em comportamentos compulsivos como auto-mutilação, comer compulsivo, direção imprudente etc. São pessoas irritadiças quando estão sós e se sentem merecedoras de cuidados e atenção. Muitas vezes não conseguem controlar fortes emoções como agressividade, demonstrando notáveis explosões de rebeldia e podem ser manipuladoras, sobretudo porque temem o abandono, fazendo esforços excessivos para evitá-lo. (Não confundir com Transtorno Afetivo Bipolar)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

As Representações - Goffman



   Goffman coloca que todos os elementos do atuar devem ser levados em consideração na atualidade: um ator atua em uma posição onde há o palco e os bastidores, um médico atua em um hospital, seja ele em uma cirurgia ou em visita ao paciente, ao “contrário” dele, terá a enfermeira que ficará praticamente 24 horas com o mesmo paciente. Sendo visto que a enfermeira terá de mostrar muito mais seu serviço do que um médico propriamente dito, tendo este muitos pacientes que estarão presenciando suas atividades. Existem relações entre a peça e a sua atuação ou mesmo da atenção do “expectador” em relação à enfermeira e ao médico.

   De acordo com Goffman, o ator social tem a habilidade de escolher seu palco e sua peça. O objetivo principal do ator é manter sua coerência e se ajustar de acordo com a situação. Isso é feito, principalmente, com a interação dos outros atores, da mesma forma que o médico hoje representa uma pessoa dedicada, inteligente e que faz seus próprios horários em relação à enfermeira.

   Nas interações ou performances, as partes envolvidas pode ser, público, atores, profissões grande nomeadas, etc. Estes encorajam o expectador, mostrando grande importância no seu meio em que vive.

   Goffman declara que os mais bem nomeados podem ter atitudes que nem sempre serão agradáveis, como um ator errar em alguma cena ou até mesmo um médico não ter um bom procedimento cirúrgico. As consequências normalmente serão passadas sem muita vazão para o assunto, sempre desfocando a falha que ocorreu. Esse tipo de atitude acontece em todos os níveis da organização social, dos mais pobres às elites no meio em que vivemos hoje em dia.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

As Três Ecologias por Félix Guattari


   Na obra As Três Ecologias, o pensador Félix Guattari (1999) manifesta toda a sua indignação perante um mundo que vem se deteriorando, através dos desequilíbrios ecológicos, onde acidentes químicos e nucleares tem sido comuns e algumas doenças são incuráveis.

   Ao mesmo tempo a vida social do ser humano tem se deteriorado, as redes de parentesco são reduzidas a cada dia, a vida doméstica é suplantada pelo consumo da mídia, a convivência dos casais e das famílias vive uma espécie de padronização de comportamentos e as relações entre os vizinhos não tem expressão. A mídia todo espaço possível nos lares. Os governos parecem ter apenas uma consciência parcial dos problemas que ameaçam o meio-ambiente, restringindo-se ao campo dos danos industriais.

   Segundo Guattari, somente uma articulação ético-política entre as três ecologias (o meio-ambiente, as relações sociais e a subjetividade humana) é que poderia esclarecer tais questões. O que está em curso é a forma de se viver sobre este planeta daqui para frente. A esta articulação dá-se o nome de ecosofia, que é a relação entre as três ecologias: o meio-ambiente, as relações sociais e a subjetividade humana.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A História das Coisas




   Da extração e produção até a venda, consumo e descarte, todos os produtos em nossa vida afetam muitas comunidades em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos.

   É um documentário de 20 minutos, que conta passo a passo nossos padrões de consumo. A História das Coisas nos alerta para um compromisso sustentável diário!

   O documentário, é muito claro e interessante; nos faz um chamamento para o que estamos fazendo com o nosso planeta. A maneira como estamos colaborando para, cada vez mais, sujar nosso planeta. É uma maneira de sensibilizar as pessoas para mostrar que para a nossa sobrevivência precisamos mudar algumas atitudes em nosso dia a dia. Tudo o que consumimos, da produção, a venda até o descarte (o lixo). Todos os produtos que passam em nossas vidas afetam o meio ambiente.

   A sustentabilidade abrange vários aspectos e relações sociais, desde nosso vizinho até o planeta inteiro.

   Faça a diferença!!!

   O homem deveria passar a assumir a responsabilidade pela sua própria saúde (ações de prevenção e de promoção da saúde); exercendo um papel ativo na sociedade e atuar para um mundo sustentável.

   A História das Coisas revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, é um alerta para nos alertarmos e tentar tornar este mundo melhor. Nos ensina muita coisa, mostra o que consumimos, da onde consumimos e o mais importante, porque consumimos.

sábado, 26 de março de 2011

Gestalt



Gestalt

   Considera-se que Von Ehrenfels, filósofo vienense de fins do séc XIX foi o precursor da psicologia da gestalt. O movimento gestáltico surgiu no período compreendido entre 1930 e 1940, e tem como expoentes máximos: Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kôhler (1887-1967), Kurt Koffka (1886- 1.941) e Kurt Goldstein (1.878-1.965).

   A Psicologia da gestalt afirma que as partes nunca podem proporcionar uma real compreensão do todo. O todo é diferente da soma das partes, mas a psicologia acadêmica da gestalt ocupou-se predominantemente com as forças externas.

   De acordo com a gestalt, a arte se funda no princípio da pregnância da forma. O importante é perceber a forma po ela mesma; vê-la como "todos"estruturados, resultados de relações.

   A gestalt após sistemáticas pesquisas, apresenta uma teoria nova sobre o fenômeno da Percepção. Segundo esta teoria o que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A exitação cerebral não se dá por pontos isolados, mas por extensão. A primeira sensação já é de forma, já é global e unificada.

   O postulado da gestalt no que se refere as relações psicofisiológicas pode ser definido como: todo processo consciente, toda forma psicológicamente percebida, está estreitamente relacionada com as forças integradoras do processo fisiológico cerebral. A hipótese da gestalt para explicar a origem dessas forças integradoras, é atribuir ao sistema nervoso central, um dinamismo auto-regulador que, à procura de sua própria estabilidade, tende a organizar as formas em todos coerentes e unificados.
Essas organizações, originárias da estrutura cerebral, são espontâneas, independente da nossa vontade. Na realidade a Psicologia da Gestalt não tentou integrar os fatos da motivação com os fatos da percepção e esta foi a grande contribuição de Frederick Perls e que deu origem a Gestalt-terapia.


   Origem da psicologia da forma

   Gestalt é um termo intraduzível do alemão, utilizado para abarcar a teoria da percepção visual baseada na psicologia da forma.

   Durante o século XIX e até o início do século XX, a Psicologia havia se consolidado como um ramo da Filosofia, e limitava-se a estudar tanto o comportamento como as emoções e a percepção. Nessa época, os estudos sobre a percepção humana da forma tinham em comum a análise atomista, ou seja, que procurava o conjunto a partir de seus elementos. Sob esse ponto de vista, o homem tenderia a somente perceber uma imagem através de suas partes componentes, compreendendo-as por associações de experiências passadas (associacionismo). Em oposição direta a isto, surgiu a Teoria da Gestalt (ou “configuração”) no início do século XX, com as idéias de psicólogos alemães e austríacos, como Christian von Ehrenfels, Felix Krüger, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka. Inicialmente voltada apenas para o estudo da psicologia e dos fenômenos psíquicos, a Gestalt acabou ampliando seu campo de aplicação e se tornou uma verdadeira corrente de pensamento filosófico. A Teoria da Gestalt afirma que não se pode ter conhecimento do todo através das partes, e sim das partes através do todo; que os conjuntos possuem leis próprias e estas regem seus elementos (e não o contrário, como se pensava antes); e que só através da percepção da totalidade é que o cérebro pode de fato perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um conceito. Mas sobre esse pensamento já se formulavam concepções distintas. A chamada “corrente dualista”, da escola de Graz, na Áustria, identificou dois processos distintos na percepção sensorial: um, a sensação, corresponde à pura percepção física dos elementos de uma configuração (o formato de uma imagem ou as notas de uma música), que é particular do objeto percebido; e o outro, a representação, que seria um processo “extra-sensorial” através do qual os elementos, agrupados, excitam a percepção e adquirem sentido (a forma visual ou a melodia da música), que já é particular do trabalho mental do homem. A outra concepção, divergente do “dualismo”, era a chamada “corrente monista” (de mono, único), defendida pelos alemães. Pelo ponto de vista monista, tanto sensação como representação se dariam simultaneamente, e não em separado. A forma, ou seja, a compreensão que os dualistas chamaram de “extra-sensorial”, não pode ser dissociada da sensação do objeto material. Por ocorrerem ao mesmo tempo, percepção sensorial e representativa vão se completando até finalizarem o processo de percepção visual. Só quando uma é concluída que a outra pode ser concluída também.

A teoria da forma

   O psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels (1859-1932) lançou, em 1890, as bases do que viriam, mais tarde, a ser os estudos da Psicologia da Forma (originalmente, Gestaltpsychologie). Sua primeira constatação foi a divisão de duas espécies de “qualidades da forma”: as sensíveis, próprias do objeto, e as formais, próprias da nossa concepção. São as primeiras agrupadas de acordo com as últimas que formam o conjunto e possibilitam a percepção (como vimos antes no debate entre “dualistas” e “monistas”). Mas Ehrenfels não foi capaz, em suas pesquisas, de resolver a questão dos “excitantes” das qualidades formais: o que levaria à compreensão partes também estabelecem correlações equilibradas. Pois, para a Gestalt, o todo é um elemento próprio, mas refere-se sempre às correlações entre suas partes


Análise das imagens

   Para se fazer uma análise sintática de uma imagem, é preciso, necessariamente, identificar os principais elementos da composição. E tratar a imagem não como a semiótica, que faz a análise da ligação e significado das partes que a compõem, mas sim do ponto de vista da percepção do olho humano, do modo de estruturar naturalmente os seus elementos gráficos em nossa mente. Foi justamente para estudar essa percepção que se desenvolveu a Teoria da Gestalt. Propõe essa teoria, entre outras regras, que o cérebro humano tende automaticamente a desmembrar a imagem em diferentes partes, organizá-las de acordo com semelhanças de forma, tamanho, cor, textura etc., que por sua vez serão reagrupadas de novo num conjunto gráfico que possibilita a compreensão do significado exposto. A Gestalt estabelece sete relações através das quais as partes da imagem são agrupadas na percepção visual: proximidade, semelhança, direção, pregnância, boa continuidade, fechamento e experiência passada. Esse dom natural de “arrumar” as informações passadas em seu cérebro possibilita ao homem assimilar esses dados com maior facilidade e rapidez. Na Arte figurativa, em geral, a preocupação na organização e disposição dos elementos utiliza-se dos mesmos princípios posteriormente estudados pela Gestalt, desde os estudos de Leonardo DaVinci e Alberti sobre a perspectiva e a hierarquização dos componentes, podendo os valorizar, dar-lhes destaque ou relegando-os a segundo plano, tendo como resultado na obra final um papel principal e destacado, logo percebido pelo espectador, ou secundário no entendimento da cena. Em Gestalt, explicamos esse “fenômeno da percepção” através da decomposição e imediata recomposição das partes em relação ao todo. Não é muito diferente com a imagem comunicativa. Os mesmos elementos da figura artística se aplicam à comunicação visual, inclusive a retórica. Uma imagem é capaz de ter a mesma eloqüência que um discurso falado ou mesmo que um livro. Tudo depende da ordem e da intensidade em que são organizados: a sua configuração ou Gestalt. Seja texto ou imagem, estamos lidando com discursos da propaganda, e daí devemos perseguir sempre os elementos fundamentais desses objetos de análise.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A Inversão da Situação e A Psicologia Newtoniana

  
 Ponto de Mutação

VISÃO DO MUNDO POR CADA UM DE NÓS
  

   Fritjof Capra nos traz uma obra de sensibilidade e reflexão sobre as bases da existência e da integração do pensamento e das ações humanas no contexto do desenvolvimento, na busca da equação da vida e do progresso equilibrado e sustentado.
   Partindo da paradisíaca ilha de Saint Mitchel, onde existe uma fortaleza medieval que com seu isolamento temporário, pelas marés, nos traz do subconsciente a imagem do isolamento do pensamento, com suas ruelas e salas, com seus cheiros e sabores, com suas masmorras e aposentos.
   O político e o poeta se vem em um dilema, cada qual preso em seu mundo, procurando nele o sucesso sua direção, tal qual uma solitária ilha. O terceiro personagem busca o caminho, se transformar no isolamento, na fuga o perdão pelos resultados de suas ações e criações. Ao se prenderem ao seu mundo próximo e com limites claros e estruturados, dentro das muralhas do conhecido, eles tendem a aplicar de certa maneira o cinismo que apregoam como básico: a convivência com pessoas menos inteligentes ou que podem ser conduzidas, seja na política, na ciência ou na vida, como turistas sem conhecimento ao encontrarem o novo.
   Na discussão sobre o papel dos mecanismos que regem o mundo, abordam a evolução do pensamento humano, passando por Descartes e chegando aos nossos dias, onde vemos os líderes, as pessoas socialmente aceitas como condutores, pensando unicamente de forma mecanicista, aplicando a forma mais simples de conduzir: o modelo cartesiano, onde dividimos o todo em partes, para estudando e entendendo cada uma, procurar entender o todo. Este entender para os políticos seria controlar, induzir, prever. Nesta ânsia, não poupam o custo do sacrifício da vida, da existência, aplicada a uma parcela da humanidade presa pelas quatro paredes dos modelos econômicos mecanicistas, que independente do custo social, só pensam na validação econômica de suas teorias e negociações. Os sistemas existentes não encorajam a prevenção, só a intervenção, que não consideram que só se constrói um modelo de sucesso no presente, se estimularmos o futuro. Chega-se a dedução de que precisamos adotar o modelo de intervenção colocado como feminino, nutriente, construtor, ao contraposto do modelo masculino basicamente dominador.
   Para o desenvolvimento de uma condição de perpetuidade e oportunidades para o futuro, dentro deste conceito de nutriente, devemos aplicar um raciocínio ecológico, em contraponto ao pensamento cartesiano clássico, pensando em um mundo de recursos exauríveis, orgânicos e espirituais, sejam da natureza ou da capacidade de absorver as injustiças sociais.
   Para poder entender e aplicar este pensamento, se faz crucial ativar a percepção, sendo que se somente as bordas da percepção aparecessem, tudo se desvendaria como realmente é.
   Nesta forma sistêmica de pensar, identificamos os pilares como sendo as conexões, tudo se interconecta, formando mesmo com seus vazios e sem condições de definições exatas, a solidez da matéria, do pensamento e da estrutura do universo tangível. O que não vemos, o que não entendemos, necessariamente não pode ser abominado, relegado , sob pena de nossa cegueira estar baseada somente na miopia da falta de abertura para o novo.
   Somos todos uma parte da teia imensurável e inseparável da relações, é nossa responsabilidade perceber as possibilidades do amanhã, pois antes de tudo somos os únicos responsáveis por nossas descobertas, nossas palavras, nossas ações, e os reflexos das mesmas no universo em que estamos inseridos.
   Devemos entender e abrir nosso horizonte, para modelos sistêmicos, escapando do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. Cabe dentro deste preceito teorizar sobre os sistemas vivos, onde temos o exemplo do homem que mirava uma árvore, mais do que caule, raízes, galhos e folhas, descobria vida, insetos, oxigênio, nutrientes, alimento, sombra, proteção, energia, uma síntese de integração.
   O princípio para esta abertura é ver o todo, e antes de fracioná-lo entender sua conexão, interatividade, integração. Devemos ver o impacto global de nossa existência individual, nunca esquecendo que vivemos ciclos contínuos, renovação.
   Um obstáculo para a expansão este pensamento é a clara e objetiva descoberta da interdependência, do fato de que mesmo sem o controle por parte de nossas ações, que nosso planeta flui em um processo vivo, se adaptando, transcendendo, progredindo, transgredindo padrões, evoluindo.
   O pensamento voltado aos processos e não as estruturas, nos dá a ferramenta essencial para poder entender o princípio, os porquês e o caminho possível para esta evolução, conseguindo assim delinear a tênue e interlaçada margem entre o pensamento clássico cartesiano e o sistêmico totalmente integrativo, plotando o objetivo mestre das sociedades modernas, das mentes que buscam a perpetuidade no futuro: o desenvolvimento sustentável, a busca do equilíbrio.